Até mesmo o mais ávido fã de Jiu-Jitsu às vezes se entendia com algumas lutas da modalidade. O motivo é a falta de ação. E o pior: muitas das vezes, ela é proposital. Atletas se utilizam de posições “confortáveis” para amarrar os duelos e impedir que seus adversários pontuem. Para o bicampeão mundial André Galvão, isso requer uma mudança nas regras.
“A regra muitas vezes favorece o cara que não gosta de lutar, favorece o amarrão. Com essa regra, o Jiu-Jitsu nunca vai para a televisão, e esse é o único meio de fazer o esporte ir para um outro patamar. É a única forma de nós, atletas, sermos bem remunerados lutando, competindo. Se não mudar a regra, o Jiu-Jitsu vai ficar somente nesse mundinho pequeno, dentro de uma bolha: youtube e internet live stream”, disse o lutador, em entrevista à TATAME.
“Às vezes, você come um saco de pipoca todo e a luta ainda não acabou. Fica do mesmo jeito e não muda. É muito chato. Mas os atletas não estão errados. Eles querem a medalha no peito e, se a regra permite que eles lutem assim e saiam vencedores, campeões, porque não usar a regra? Todo esporte é assim”, emendou.
O líder da Atos Jiu-Jitsu, que tem um título do ADCC no currículo, aproveitou também para aconselhar os praticantes da modalidade que não concordam com o modo como o Jiu-Jitsu atual tem sido conduzido.
“Acho que a regra limita a ação. Vai de cada um a escolha do estilo de lutar. Tem campeão amarrão e tem campeão que vai para cima. A única forma de mudar isso é mudando a regra. Se você não gosta da regra de hoje, se você acha que isso é chato e não gosta, treine Jiu-Jitsu e evite assistir ou lutar qualquer competição. É melhor. Ou faça algo para levantar o nosso esporte e colocar ele na televisão. Porque do jeito que a regra está, vai ficar dentro da bolha mesmo e os atletas nunca serão bem remunerados.Luto porque amo o Jiu-Jitsu, mas faria de tudo pra mudar a regra do esporte, faria de tudo para ter mais ação”, concluiu.
Fonte: TATAME
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